IGREJA

A política na Bíblia

Foto Walter Neto

Artigo escrito por Walter Neto
em 25 de fevereiro de 2021

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Um dos temas mais importantes que devemos aprender nos dias de hoje é sobre política e como devemos nos posicionar de acordo com o que há sobre política segundo a Bíblia.

A Política é uma das 7 esferas de influência da sociedade. Inclusive, uma das mais importantes, já que tem um impacto muito grande e direto sobre as outras esferas.

Como este é um tema muito importante, o cristão possui um dever moral de participar ativamente da política, além de ter também um dever bíblico de orar por sua nação e por seus governantes.

Por conta disso, este texto é importante para que você possa saber o que a Bíblia fala sobre política, o cristianismo e a política e qual o papel do cristão dentro desta esfera.

Leia este texto até o final para aprender tudo sobre a Política na Bíblia.

O cristão e a política

Antes de falar como um cristão deve lidar com a política, primeiro devemos quebrar algumas mentiras que as pessoas repetem por aí sobre esse assunto.

As frases mais comuns são: “religião e política não se discutem”, “política é pecado e coisa do diabo”, “o cristão não deve se envolver com política”, “o cristão deve ser apolítico” e “toda pessoa que entra na política é corrupta”. 

Essas frases só servem para nos prejudicar. Elas fazem com que as pessoas de bem e honestas que querem ajudar fiquem desanimadas e não encontrem o apoio necessário para seguir. O resultado é que somente os maus vão assumir o poder.

Para começar, política não é a capital do seu país ou os seus representantes. Isso é o sistema de governo, que muda de nação para nação. Política é tudo aquilo que fazemos que envolve a relação das pessoas umas com as outras e com o mundo à nossa volta.

Ou seja, não tem como você ser apolítico. Como o filósofo Aristóteles já falava, o homem é um ser político. Não tem como fugirmos disso.

Você até pode ser apartidário — alguém que não tem partido ou opinião no assunto — mas nunca apolítico. Porém, o correto é termos sim a nossa opinião sobre os mais diversos assuntos, sempre de acordo com os valores que a Bíblia nos dá como os corretos.

O papel do cristão então é buscar na palavra de Deus aquilo que Ele nos fala sobre como deve ser uma vida correta e um governo justo.

Em seguida, buscarmos transformar o meio político a nossa volta para alcançarmos aquilo que a Bíblia diz que devemos fazer.

Isso não significa que você deve necessariamente se filiar a um partido e se candidatar para algum cargo público.

Você pode simplesmente eleger algum representante que possui os seus valores e ideias para que ele siga de acordo com o que você acredita. Ou melhor, com aquilo que a Bíblia diz para fazermos.

Agora, mais importante do que eleger alguém assim, é fiscalizar e cobrar dessa pessoa para que ela cumpra com aquilo que prometeu quando você confiou o seu voto a ela.

Se ela agiu bem, merece a honra e os seus votos para ser reeleita. Se não, ela não merece ser eleita novamente.

O sistema político não corrompe ninguém ou transforma pessoas boas em desonestas, ele simplesmente dá poder às pessoas. O poder, por sua vez, revela quem a pessoa realmente é.

Quero ressaltar também algo muito importante: as ideias são mais importantes que as pessoas na hora de eleger alguém.

Você prefere votar em alguém que se diz cristão, que faz parte da “bancada evangélica”, mas é corrupto e só vota contra os seus valores, ou você prefere votar em um ateu que, embora não acredite em Deus, sempre vota de acordo com aquilo que você acredita e que a Bíblia defende?

Pra mim não há dúvidas, o ateu deste exemplo será muito mais valioso para mim como representante do que alguém que se diz cristão, mas não segue os valores defendidos pela palavra de Deus.

Agora, se você tiver um candidato cristão que busca sempre seguir os valores bíblicos na política e na vida pública, então você encontrou a pessoa ideal para confiar o seu voto.

E se você acredita ser essa pessoa e tem o desejo de se candidatar, honre o voto dos seus irmãos, faça uma campanha honesta e estude muito para que possa fazer um excelente trabalho.

Tenho certeza que Deus vai te abençoar se você se esforçar em ser o melhor candidato para as pessoas a sua volta.

Por último, quero dar uma sugestão que considero muito importante. Não dê espaço para nenhum político falar na frente da sua igreja durante o culto e nem faça “candidatos oficiais” da sua congregação.

Obviamente, você deve estimular o debate das ideias, ensinar o que a Bíblia fala sobre política e indicar possíveis pessoas para que sua igreja possa votar — senão, as pessoas não conhecerão bons candidatos.

A minha recomendação então não é sobre sugerir candidatos às pessoas, pois isso é algo positivo. O erro está em ceder espaço do culto, da adoração a Deus, para que a pessoa venha falar sobre ela. Não é a hora para isso.

Minha sugestão é que as pessoas tenham um espaço ou um momento após o culto para que venham falar sobre sua candidatura.

E sempre deixando em aberto para que os membros da igreja queiram ou não votar nesta pessoa, nunca colocando um candidato oficial da igreja, já que o voto é individual.

Se possível, leve mais de um candidato, para que as pessoas possam conhecer e conversar com eles, avaliando quem possui as melhores ideias e poderá ser o melhor representante para ela no futuro.

A Política na Bíblia

Bom, se precisamos defender os nossos valores na política de acordo com o que a Bíblia nos diz, precisamos antes saber o que a Bíblia fala sobre política.

Primeiramente, quero lembrar de homens de Deus que também foram grandes líderes políticos. Vemos na Bíblia exemplos como Josué, José, Davi, Salomão, Ezequias e Daniel. Em dois casos, José e Daniel, eles entraram na política em um país estrangeiro e inimigo de Israel — no Egito e na Babilônia.

Ou seja, quando você ouvir que a política é do diabo, que ela corrompe as pessoas ou que o cristão não deve entrar na política, é só pensar nestes dois homens que você já saberá que essa pessoa está errada.

Além disso, a Bíblia é um livro que está recheado de política do começo ao fim. Temos vários exemplos disso, como:

– Os registros reais de centenas de anos nos livros de Crônicas;
– A descrição de um governo feito diretamente por Deus através dos Juízes;
– A transformação de Israel em uma monarquia;
– Casamentos políticos arranjados;
– Governos e leis estrangeiras quando o povo é dominado pelos Assírios e Persas;
– Domínio do império romano, com implantação de seus costumes e cultura;
– A rivalidade constante entre os fariseus, saduceus, herodianos, zelotes e essênios, que funcionavam como os partidos políticos do tempo de Jesus.

A Bíblia também nos dá ordens claras a respeito de política. Uma delas é orar e interceder por nossos governantes:

“Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador” — 1 Timóteo 2:1-2

Além disso, Deus também nos fala sobre a autoridade que o nosso governo tem sobre nós, como podemos ler em Romanos 13:1-7 e Tito 3:1. Mas e se um governo agir de modo contrário ao que diz a palavra de Deus, o que devemos fazer?

A Bíblia já nos responde isso também, como podemos ver no livro de Daniel — quando ele e seus amigos não adoram ao rei da Babilônia — e também nas ações dos apóstolos quando questionados porque desobedeceram ao Sinédrio:

“Pedro e os outros apóstolos responderam: ‘É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!’” — Atos 5:29

Além disso, sempre podemos ver os maravilhosos conselhos do rei Salomão sobre como governar bem: Provérbios 16:10, Provérbios 16:32, Provérbios 28:2, Provérbios 28:15-16, Provérbios 29:2, Provérbios 29:4 e Provérbios 31:8-9.

Nestes textos vemos o Senhor falando sobre justiça, autoridade, governo, corrupção, desonestidade e várias coisas importantes para levar em consideração quando falamos de política.

Política no novo testamento

Quando falamos de política no novo testamento, é claro que precisamos levar em consideração a pessoa de Jesus Cristo como parâmetro.

Como vimos acima, existem passagens no novo testamento que falam abertamente sobre política, como as passagens de Tito, Atos e Romanos. Porém, tem alguns outros pontos importantes que podemos aprender com os ensinamentos de Jesus.

Por exemplo, a humildade, a caridade, o ensino dos mais jovens, o cuidado com o órfão e a viúva, o respeito ao governo. São coisas que vimos Jesus fazendo e podemos considerar como critérios essenciais na política.

Por isso, a busca pela justiça, obediência às leis e a preocupação com as pessoas desamparadas são alguns dos valores que devemos buscar em nossos representantes.

Mas vale lembrar também que a principal missão de Jesus não era estabelecer um reino terreno, mas espiritual. Por isso, não vemos posições políticas claras de Jesus na Bíblia, justamente porque seu foco era — e ainda é — a salvação da nossa alma.

Ideologias

Dito tudo isso, quero entrar no tema mais polêmico deste texto: a influência de ideologias políticas na Bíblia e na igreja.

Muitas pessoas, seduzidas por discursos bonitos e populistas, acabam entregando suas mentes para ideologias que são totalmente contra a palavra de Deus. De belas, elas só possuem o discurso.

O mais triste é que muitos pastores acabam levando essas ideias totalmente anti-bíblicas para suas igrejas porque não se aprofundaram o suficiente para conhecer o que essas ideologias pregam de verdade.

Por causa disso, surgem “teologias” diferentes com posicionamentos que vão claramente contra a mensagem bíblica em vários aspectos, como a teologia progressista e a teologia da libertação.

Eles usam frases legais como: “temos que cuidar dos mais pobres”, “não devemos nos importar tanto com dinheiro”, “devemos amar e aceitar todas as pessoas” e “as mulheres merecem acesso aos mesmos direitos que os homens” — coisas que ninguém em sã consciência diz o contrário.

Mas eles não falam abertamente como eles querem fazer isso. Dessa forma, essas ideias entram nas igrejas defendendo a caridade feita pelo Governo e não pela igreja, o fim da propriedade privada, a “atualização” da Bíblia para aceitarmos o homossexualismo e a revolução sexual da mulher sobre o homem — o famoso feminismo.

Podemos ver a posição clara da Bíblia nestes pontos nos seguintes versículos: Tiago 1:27, I Timóteo 6:17, Romanos 1:24-32 e Efésios 5:22-28.

Ou seja, a frase bonita é somente para ganhar o seu emocional, já que ninguém será contra aquilo. Mas a ideia e a política que eles querem implementar para fazer aquela “frase bonita” acontecer na vida real é extremamente diferente do que uma pessoa que segue os valores de Cristo faria.

Portanto, tome muito cuidado com as ideias com as quais você anda se alimentando. Não caia em discursos bonitos e rasos. Se aprofunde nos motivos reais por trás dessas ideologias e, principalmente, julgue uma política pública de acordo com o resultado que ela traz e não com a intenção boa com a qual ela foi feita.

Vamos a um exemplo, para ajudar você a entender este último ponto, já que ele é muito importante:

No Brasil, os professores possuem prioridade na restituição do imposto de renda antes das demais pessoas. Por quê? Porque o movimento organizado de professores conseguiu esse “direito” a esta classe.

Qual o efeito disso? Simples, você acaba declarando que o professor é um cidadão diferenciado — não sei dizer se melhor ou pior.

Pessoas com deficiência e idosos já tinham prioridade por motivos claros e específicos, já que de modo geral esses grupos possuem tratamento diferenciado dos demais.

Ao acrescentar esse “direito” para os professores, isso na verdade deixa de ser um direito e vira simplesmente um privilégio que essa classe possui sobre as outras.

Veja bem, eu não tenho absolutamente nada contra os professores. Amo, aprendi e ainda aprendo coisas maravilhosas com diversos profissionais que cruzaram meu caminho ao longo da vida.

Porém, esta lei não traz nenhum direito real além de favorecer um grupo privilegiado. A pergunta correta a se fazer aqui não é “por que os professores não merecem ter esse direito?”, mas sim “por que outros profissionais não merecem ter esse direito também?”.

Enfermeiros, médicos, policiais, militares. Não são profissionais que também o merecem? E caso este benefício seja estendido para eles, será que os profissionais autônomos, que movimentam a economia do país, também não merecem? Ou os advogados? Ou pastores? As manicures? Ou seja lá qual for a sua profissão.

Você percebe como a intenção da lei, embora seja bonita no papel — ou seja, valorizar o profissional da educação —  acaba trazendo resultados negativos?

Além disso, essa lei vai totalmente contra o artigo 150, inciso II, da Constituição do Brasil.

Mas isso é algo extremamente comum que essas ideologias fazem, elas te pegam pelo emocional — ajudar alguém ou alguma causa — e depois trazem elementos que vão contra o que diz a palavra de Deus.

E pior, se você se posicionar contra o discurso deles — como essa lei dos professores, por exemplo —  você ainda é tratado como a pessoa má da história.

Por isso, tome cuidado e sempre avalie se aquilo em que você acredita está realmente de acordo com o que diz a palavra de Deus. Não só na intenção, mas do começo ao fim.

Vale mais a pena sair como o vilão da história defendendo o certo do que como o bondoso defendo algo errado.

A visão cristã na política

Bom, como já falei até aqui, existe uma relação clara e importante do cristianismo e a política. Uma necessidade moral da nossa participação nesta esfera, escolhendo as pessoas certas para assumir o poder e fiscalizando o seu trabalho.

Mas sempre podemos ir além. Tem certas coisas, por exemplo, que eu aprendi estudando sobre política e comparando com o que a Palavra nos diz.

Quero compartilhar agora com você estes meus pensamentos e aquilo que acredito ser a melhor forma de governo de acordo com o que é falado na Bíblia:

Liberdade individual

A liberdade é um dos bens mais preciosos que temos atualmente. Principalmente para nós cristãos, que a temos em dobro: somos livres na sociedade e livres do pecado.

Porém, há muita conversa no mundo político sobre diminuir a liberdade do indivíduo para que haja mais controle do Estado, pois assim teríamos mais segurança e menos desigualdade.

Isso vai desde o que você fala, , escreve, os lugares que você anda e, principalmente, sobre a sua privacidade.

Sou contra este tipo de lei porque nem mesmo Deus, o Único que poderia exigir algo assim de mim, escolheu fazer isso.

Mesmo sabendo que Adão e Eva poderiam comer do fruto proibido, os deixou livres no jardim. Mesmo sabendo que o povo pecaria e o rejeitaria, cuidou deles e nos amou incondicionalmente.

E sendo Ele o grande Senhor de todo o universo, mesmo assim, não obriga ninguém a servi-Lo, amá-Lo ou segui-Lo.

O preço da liberdade das pessoas é termos erros e acertos na sociedade de acordo com suas escolhas. Afinal, muitas das suas decisões afetam outras pessoas.

E se nem mesmo Deus retirou o meu direito de ser livre, quem dirá um homem qualquer na capital do meu país para decidir isso por mim.

Um ponto que vale falar é que muitas pessoas, principalmente de certas ideologias mais coletivistas — aquelas que tratam a sociedade como se fosse um grande e único grupo —  dizem que Deus nos trata como “coletivo”, já que nós somos a sua igreja, um só corpo em Cristo.

Para mim, algo sempre foi muito claro: a nossa salvação é individual. Eu não posso crer ou ter fé por você. O evangelho é uma mensagem de mudança individual, que transforma a vida de uma pessoa e, por conta dessa transformação individual, ela decide se juntar à igreja de Cristo.

Ou seja, a igreja não é um grande corpo por si só. A igreja de Deus é a soma dos indivíduos. E nós, por meio de nossas decisões individuais, escolhemos trabalhar em conjunto na mesma causa, que é glorificar a Deus.

O corpo não é uma coisa única, mas sim a soma das partes. E as partes, por sua vez, são formadas por pequenas células —  que seriam as pessoas.

É assim que mudamos o mundo, com decisões individuais das pequenas células, que mobilizam as partes, que movimentam o corpo. Não é nenhum segredo, basta ler Romanos 12:5.

Propriedade privada e acúmulo de riquezas

Existem certas ideologias que detestam a propriedade privada. Elas dizem que tudo deve ser de todos e controlado pelo Estado — embora eles não falem da parte em que eles estariam no controle do Estado.

Os defensores dessas ideias vivem falando mal das pessoas que prosperam, que têm dinheiro e dizem que elas são mesquinhas por terem tanto enquanto outros não tem nada.

Para limitar este tópico somente ao que diz respeito à igreja, me diga uma coisa: como vamos patrocinar viagens missionárias, obras de caridade, auxílio ao necessitados e cestas básicas sem o dinheiro e a doação voluntária das pessoas?

Como a gente pode falar que juntar riquezas é errado e esperar que surja dinheiro do nada para ajudar os nossos irmãos e sustentar as igrejas por todo o país?

A resposta é simples: a Bíblia deixa muito claro que não é pecado acumular riquezas. O pecado é dar mais importância ao dinheiro do que a Deus, pois isso seria idolatria.

O amor ao dinheiro é a raiz de vários males, mas não o dinheiro em si. É o que podemos ver em Provérbios 11:28 e I Timóteo 6:17.

Mas aqui vai um fato curioso pra você: a Bíblia possui 500 versículos sobre fé e oração, mas fala sobre bens, riquezas e posses 2.350 vezes.

Mesmo que todos saibam que ter fé e orar são coisas essenciais, o Senhor ainda fala quase 5 vezes mais na Bíblia sobre bens e dinheiro.

Entenda, a única forma de Deus abençoar os necessitados é abençoando você primeiro. E você, com seus bens e riquezas, ajudará o seu próximo em amor. Não há outro modo de fazê-lo.

Não combater a desigualdade

Eu sei, este tópico é polêmico, mas é a verdade. Não vejo sentido em combater a desigualdade.

Afinal, desigualdade significa não ser igual em comparação com o outro. Para mim, isso é algo totalmente natural, fruto da nossa liberdade individual.

Suas escolhas, seus pensamentos, seus conhecimentos e atitudes tornam você uma pessoa única no mundo. Por ser uma pessoa única, seus resultados também serão únicos.

Além disso, uma pessoa que ganha 10 mil dólares por mês tem um salário totalmente desigual ao salário de um jogador de futebol de elite, como o Neymar ou o Messi por exemplo, que ganham milhões. Porém, ninguém fica triste pela pessoa que ganha 10 mil dólares por mês.

Porém, se eu ganho 3 mil reais por mês, as pessoas ficam constantemente falando como sou privilegiado em comparação com um mendigo, por exemplo — o que é verdade.

Você consegue perceber então como o problema não é a desigualdade, mas sim a pobreza?

O nosso combate não deve ser contra a desigualdade de dinheiro entre as pessoas. Nós devemos combater a pobreza, pois é ela que mata nossos irmãos.

E qual a melhor forma conhecida para se combater a pobreza?

De longe, mas muito longe mesmo, a melhor forma de se combater a pobreza é através da liberdade individual e do capitalismo — produzir e oferecer produtos e serviços às pessoas.

Essas duas coisas somadas vão totalmente de encontro com a mensagem que a Bíblia nos dá de mérito individual, os frutos colhidos de um trabalho honesto e a ambição das pessoas de proverem para sua família o melhor, enquanto ajuda as pessoas à sua volta a também crescerem — I Tessalonicenses 4:1-12.

Imposto justo e Estado pequeno

Quanto a este tópico, não há muita discussão. Além de Salomão falar sobre isso abertamente em Provérbios 29:4 — tradução na linguagem de hoje —, ninguém gosta de pagar muito imposto… Ou será que não?

A verdade é que muitos não percebem uma grande verdade da vida: não existe dinheiro público.

Sabe quando os nossos governantes falam que vão fazer isso e aquilo com dinheiro público? Então, é mentira. Aquele dinheiro é seu, que foi recolhido através de impostos.

E embora algumas pessoas saibam disso, não percebem que quanto mais coisas pedem ao governo, mais impostos elas vão pagar. Ou seja, no fim do dia, o imposto “justo” é proporcional ao que você entende como justiça.

Se você quiser um governo que dê absolutamente tudo para você, não tenha dúvidas que você pagará impostos cada vez maiores.

Agora, se você perceber que o Estado não deveria ter a obrigação de te dar tudo o que você quer, então verá que terá muito mais dinheiro no seu bolso no final do mês, já que menos dinheiro será retirado de você através de impostos.

Salomão nos avisou milhares de anos atrás, mas muitos ainda não aprenderam. O seu trabalho, a sua renda, o seu esforço, os seus bens, a sua moral, a sua educação, os seus valores, tudo isso é seu e não função do Estado em te dar.

Quanto menor o Estado, maior a liberdade do indivíduo. E bom, como já falei, a liberdade individual possui extrema importância dentro da Palavra de Deus — além de que é melhor pagar sempre menos impostos.

Além disso, um Estado forte também significaria muito poder nas mãos de homens. Você deve confiar em Deus e no que Ele pode fazer na sua vida através do seu próprio trabalho.

Ficar dependendo de homens do governo para dar tudo para você é confiar mais na provisão dos homens do que em Deus. Quanto a isso, a opinião dEle é muito clara:

“Não confiem em príncipes, em meros mortais, incapazes de salvar. Quando o espírito deles se vai, voltam ao pó; naquele mesmo dia acabam-se os seus planos.” — Salmos 146:3-4

Não terceirizar a minha responsabilidade

Este é o tema que junta todos os anteriores. Se eu tiver liberdade para tomar minhas decisões, conseguir acumular bens e riquezas e tiver um governo pequeno que não me obrigue a pagar muitos impostos, eu tenho todo o necessário para combater a pobreza e ajudar os mais necessitados.

A responsabilidade de fazer isso é nossa. Como cristãos, temos a obrigação bíblica e moral de agirmos em favor do oprimido e do necessitado.

Mas o que aquelas ideologias que eu falei defendem? Que se tivermos um Estado grande, todos nós pagaremos muitos impostos para o governo e então, o Estado, poderá ajudar os necessitados.

Isso é terceirizar um dever individual, que todos nós cristão devemos ter, e colocar nas mãos de um governo.

É uma atitude egoísta e preguiçosa, que pega um mandamento direto de Deus para você e transfere a responsabilidade para o Estado cumprir.

Não abra mão dos valores e mandamentos que Jesus nos deixou para ficar confortável em sua casa. Atender o órfão e a viúva são responsabilidades do cristão, como podemos ver em Tiago 1:27.

Para isso, temos que ter o direito de acumular bens e riquezas para serem usados em caridade — ou da forma que acharmos melhor —, um governo pequeno que tenha como principal missão não atrapalhar as nossas escolhas, garantindo que sejamos livres para agirmos da forma que quisermos para transformar nosso país em um lugar melhor para se viver.

E isso, sem dúvidas, seria construído com os valores que o Senhor nos ensinou através da Bíblia.

A melhor forma de organizar um governo

Além de tudo isso que já falei, quero fazer uma análise de como seria o melhor modelo político baseado naquilo que o próprio Deus criou para Israel quando Ele instituiu o seu governo:

Eles tinham juízes para o povo, um juiz “principal” para a nação, os líderes das 12 tribos, chamados de príncipes — escolhidos pelo povo —  e a única função de todos eles era garantir que fosse feita a justiça da Lei de Deus e dos contratos feitos entre as pessoas —  você pode ler a formação de todo esse sistema de governo nos livros de Êxodo, Deuteronômio e Juízes.

Ou seja, fazendo uma simples análise do sistema que Deus criou para seu próprio povo:

Ele fez separação entre poderes — Deus era o legislador, os juízes eram o judiciário, os príncipes eram os executivos e o juiz principal era o chefe de estado — e instituiu uma democracia direta ao permitir que o povo escolhesse seus príncipes.

Deus também criou, de certa forma, um poder administrativo imparcial — a organização de Israel estava prevista na Lei e os juízes eram selecionados por sua competência. Também podemos afirmar que Israel possuía um modelo de império das leis — ou seja, valia o que estava escrito nas Leis.

Além disso, o Senhor deu uma ordem clara para não favorecer nem o rico e nem o pobre em uma causa — Levíticos 19:15. Ou seja, não existe justiça social para Deus, somente a justiça.

Por fim, Jesus também nos ensina algo muito importante em Lucas 20:25: a separação de Religião e Estado.

Ou seja, o governo deve ser feito para todos, até mesmo para as pessoas que não possuem a mesma fé que você. Mas isso não muda também o fato de que você, como cristão, vai manter os seus valores e princípios. Lembre-se da passagem de Atos 5:29.

Conclusão

Política sempre é um tópico polêmico, mas necessário. Por isso, temos que falar mais sobre este tema para podermos mudar a realidade do mundo à nossa volta.

A verdade é que este é um assunto muito grande e complexo, que em breve se tornará em mais um livro do Entenda Seu Chamado.

Espero que este conteúdo ajude a abrir a sua mente e compreender melhor o posicionamento ideal do cristão em meio à política.

O futuro da nossa nação depende de homens e mulheres de Deus que estão dispostos a entrar nesta esfera e mudar a realidade em que vivemos.

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